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Dicas importantes segundo experiências vivenciadas.

Nova roupagem para o sequestro relâmpago: utilização de app de banco do celular vítima mantida como refém

O leitor tem APP do banco no Celular?

Se a resposta foi afirmativa, as informações contidas neste artigo podem ser essenciais para sua segurança.

Não há dúvida que ter uma miniagência bancária no smartphone através de um APP facilita, e muito, a vida, pois praticamente todas as questões financeiras podem ser efetivadas sem a necessidade de se ir a um caixa eletrônico e encarar trânsito e filas.

O problema é que criminosos descobriram essa ferramenta digital amplamente divulgada pela maioria dos bancos de varejo e fizeram o que chamo de upgrade do antigo e famigerado “sequestro relâmpago”.

Tive acesso a relato de uma mulher que foi vítima dessa modalidade criminosa nesta semana. O crime começou em uma farmácia na Rua Cândido Mota Filho, no bairro Cidade São Francisco, em São Paulo. 

Após comprar medicamentos, a vítima dirigiu-se para o estacionamento da farmácia, onde somente estava o carro dela. A mulher falava ao celular e andava com filho de 5 anos.

Assim que abriu a porta traseira do auto, surgiu um casal pela calçada do interior do mencionado estacionamento. O homem, armado, a obrigou a entrar no carro juntamente com o filho pequeno. Rapidamente, o ladrão tomou a direção do veículo e deixaram o local.

O casal de marginais não se interessou pelos cartões de crédito e de banco da vítima. Se dedicaram a examinar seu celular e logo descobriram que estava baixado APP de um banco.

A mulher relatou que os marginais sabiam operar o APP, e como tinha pouco dinheiro, resolveram ir para seu apartamento, onde estava seu marido.

De posse do controle remoto da moradora, entraram sem dificuldades na garagem do prédio e subiram para o apartamento, onde o esposo foi facilmente dominado. De imediato, pegaram o celular do marido e foram direto ao APP instalado e aí se interessaram em realizar o sequestro relâmpago, pois já sabiam o quanto poderiam lucrar.

A mulher e o filho foram amarrados e trancados em quartos distintos. A moça ficou tomando conta deles enquanto seu comparsa deixou o edifício em companhia do esposo.

É de se ressaltar, que além do casal de marginais, as vítimas relataram que outros bandidos faziam parte da gangue e estavam em outro veículo.

O homem mantido como refém foi conduzido a alguns bancos, onde no total foi sacado a quantia de R$ 2 mil. Enquanto isso, no apartamento a bandida separava os bens de maior valor e aguardava o retorno do parceiro de crime e do refém.

Antes de irem embora, ainda tentaram convencer o casal/vítima a apontar outro apartamento no edifício com morador abastado. A mulher convenceu os marginais a irem embora alegando que naquele horário só tinham moradores idosos sem recursos financeiros e que, provavelmente, não teriam APP de banco no celular.

Como especialista em segurança pública e privada, já antevia que essa nova modalidade criminosa iria acontecer em virtude da popularização do uso de APPs de bancos no celular.

Ao instalarmos o APP de um banco, passamos a contar com uma verdadeira miniagência à disposição 24h por dia, 365 dias no ano. No entanto, adquirimos mais uma fragilidade, e das grandes, em termos de segurança pessoal, pois os marginais, especialistas em sequestros relâmpagos, sempre plugados nas inovações bancárias, descobriram que não precisam mais levar as vítimas ao banco para descobrirem o saldo, pois pelo APP é possível saber a real condição financeira da pessoa mantida como refém.

PROBLEMA AINDA MAIOR

Não podemos esquecer que pelo APP disponibilizado pelos bancos é possível transferir valores para outras contas com poucos toques na tela do smartphone. Alerto de antemão, que bandidos experientes abrem contas em bancos com documentos adulterados ou falsificados ou usam contas de “laranjas”, geralmente em outros Estados, para recebimento de dinheiro via transferência bancária, isso com intuito de despistar ou dificultar o trabalho investigativo da polícia judiciária.

Foi o que aconteceu com um advogado de 36 anos que em junho/2018 sofreu sequestro relâmpago na cidade de Ribeirão Preto/SP.

Observe o relato da vítima quando os bandidos entraram em seu veículo:

 “Eles viram que tinha uma bolsa minha no banco da frente. Pegaram e começaram a mexer onde estava o notebook e outro celular. Mandaram eu destravar o celular e entraram no meu aplicativo de banco”

Durante a consulta do APP os bandidos descobriram que ele tinha disponível em uma conta a quantia de R$ 10 mil. Ato contínuo, se dirigiram a uma agência bancária na avenida Mogiana, onde a vítima conseguiu sacar na boca do caixa o valor de R$ 9mil. Insatisfeitos, levaram o advogado rendido para um caixa eletrônico no Aeroporto Leite Lopes, onde sacaram mais R$ 1 mil.

CONCLUSÃO

Minha preocupação com o sequestro relâmpago vai muito além da perda financeira. O risco de a vítima adquirir síndrome do pânico ou estresse pós traumático é muito alto, pois, normalmente, fica sob enorme tensão por várias horas, sendo ameada de morte o tempo todo.

 

JORGE LORDELLO
Pioneiro em Palestras “in company” sobre Segurança Pessoal e Patrimonial
Especialista em Segurança Pública e Privada
Palestrante e Conferencista
Escritor Internacional e Articulista com mais de 2500 artigos publicados
Pesquisador Criminal
Conhecida na mídia como “Doutor Segurança”
www.lordellotreinamento.com.br
jlordello@uol.com.br

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