Porteiro assoberbado de tarefas não zela pela segurança do prédio
Moradores de condomínios esperam que os porteiros zelem pela segurança principalmente barrando a entrada de pessoas e autos sem a devida autorização. É de se lembrar, que em busca de mais segurança, muitas famílias deixaram casas espaçosas para morar em prédios residenciais. Por outro lado, no dia a dia, é comum, em alguns edifícios, que os colaboradores da guarita, assoberbados com diversos trabalhos, percam o foco e atenção no item segurança patrimonial.
O exemplo mais clássico são prédios com muitas unidades. Normalmente, a maioria dos moradores trabalha o dia todo e, sem tempo disponível, realizam boa parte de suas compras pela internet. Nesses casos, a portaria vira verdadeira sala de recepção e guarda de mercadorias.
Recentemente, ao visitar uma amiga em condomínio no bairro de Moema/SP, presenciei funcionário de lavanderia tentando entregar roupa lavada para o apartamento 33. Como não havia ninguém na unidade naquele momento, o porteiro abriu o portão principal e liberou a entrada do entregador, que se dirigiu à guarita, que por sinal é blindada.
O passa volume era pequeno para receber as diversas calças e camisas sociais. Fiquei muito curioso em verificar como o porteiro iria fazer o recebimento. Imaginei que faria contato com o zelador ou outro funcionário, mas estava redondamente enganado.
O porteiro abriu a porta blindada, assinou o recibo e recebeu aquele mundaréu de roupa lavada. Não aguentei; fiquei bem próximo à porta da guarita para ver como ele iria guardar tudo aquilo. Levei susto quando vi que no interior da portaria haviam mercadorias espalhadas por todo canto; as roupas recebidas da lavanderia foram parar no banheiro.
Esperei o entregador ir embora e iniciei bate papo com o porteiro, que me reconheceu do programa Operação de Risco, que apresento na RedeTV, todo sábado á noite. Indaguei sobre o que ele achava de receber tantas encomendas dos moradores. A resposta foi esclarecedora:
“Este condomínio possui 120 apartamentos e a maioria dos moradores sai cedo para trabalhar e retorna somente à noite. O público aqui é formado por jovens que compram quase tudo pelo celular e o problema desagua na portaria. Tem morador que reclama que os porteiros demoram para abrir o portão da garagem, mas eles esquecem que, muitas vezes, estamos recebendo encomendas e é impossível realizar duas atividades ao mesmo tempo”.
O porteiro ainda me contou que após receber qualquer produto, tem que lançar o recebimento. Para isso, se utiliza de programa específico para controle de entrada e saída de encomendas, que está instalado no computador da portaria. Em seguida, envia e-mail ao morador avisando da chegada da encomenda.
Portanto, restou claro que o colaborador está desempenhando atividade que não deveria ser exercida pelos porteiros em condomínios com essas características.
Na verdade, o porteiro deve ficar atento às imagens do circuito interno de câmeras e, através da vidraça da guarita, ao que está acontecendo na frente do edifício, para tentar enxergar a fumaça antes do fogo, ou seja, antever o problema antes que ele adentre ao condomínio.
A conclusão é uma só: porteiros que são obrigados a realizar diversas atividades não ligadas à segurança, não realizarão nenhum dos ofícios de forma eficaz e competente. Falhas irão ocorrer, e a pior delas é a permissão de pessoa ou veículo entrar sem estarem devidamente autorizados, abrindo assim brecha para assalto ou até mesmo arrastão.
Tenho certeza que o leitor deseja me fazer a seguinte pergunta:
“Lordello, você expôs o problema, mas qual a solução?”
Condomínio que recebe quantidade enorme de mercadorias adquiridas pelos moradores deve designar outro funcionário para exercer essa atividade. O porteiro somente fará a primeira triagem, mantendo o entregador na calçada do prédio. Quando entender que cabe o recebimento, após fazer as devidas consultas, deverá acionar o zelador ou outro colaborador da administração local.
O recebimento deverá ser feito através de passa volume (vão aberto no gradil ou vidraça), não havendo necessidade de abertura do portão principal.
Agora, se a mercadoria não couber no passa volume, a estratégia é outra: o funcionário deslocado para ir à portaria deverá ficar próximo da clausura de pedestres e solicitar, via interfone, que o porteiro abra o primeiro portão para ingresso na clausura de pedestres e através de passa volume entregar a mercadoria, sem a necessidade de abertura do segundo portão. Mas se a encomenda for maior que o passa volume, o entregador deverá deixar o produto na clausura de pedestres e após pegar o recibo do funcionário do edifício, através do passa volume, deixar a clausura e ir embora. Em seguida, o porteiro abre o segundo portão para que o colaborar retire a mercadoria e a leve para sala específica a fim de realizar catalogamento e envio de mensagem ao respectivo morador avisando da chegada da encomenda e os horários disponíveis para retirada.
Ressalto a importância de o condomínio ter sala pequena e específica para guarda das mercadorias recebidas, devendo conter armários trancados para manter os produtos em segurança até a retirada pelo morador.
Para finalizar, não poderia deixar de dizer que prédios que adotaram o sistema de Portaria Remota, não correm o risco de o atendente à distância realizar serviços extra portaria.
Central de Operações – MinhaPortaria.com
O recebimento de mercadorias sempre terá que ser feito por alguém do apartamento(morador ou doméstico) ou funcionário do edifício. Os colaboradores na Central de empresas de Portaria Remota que trabalham no monitoramento das imagens das câmeras de segurança e sinal de alarme, no atendimento de interfone e também na abertura à distância de portas de entrada de pessoas e veículos, por não estarem presencialmente no condomínio, não podem atender pedidos de moradores, que não estejam inclusos no regulamento interno.