Como impedir que veículo suspeito entre na garagem do prédio na “carona” do carro de morador?
Muitos síndicos reforçaram a segurança da entrada de pedestres de seus edifícios e assim minimizaram o risco de invasão criminosa pela portaria principal.
O problema é que a marginalidade sempre procura alternativas, por isso, é necessário ter o mesmo nível de proteção na entrada de autos.
Dá mesma forma como é criada a clausura de pedestre, deve ser implantada a clausura para autos, ou seja, a estratégia dos dois portões de acesso.
A melhor e mais segura tática é a seguinte:
-O morador chega com seu auto para entrar no edifício e aciona o controle remoto digital abrindo, assim, o primeiro portão
-O condutor ingressa com o carro no interior da clausura e aguarda o portão fechar.
-O porteiro verifica no equipamento instalado na guarita que o veículo é realmente de propriedade de morador do edifício
-O porteiro aciona a abertura do segundo portão liberando a entrada do motorista na garagem
A “porca começa a torcer o rabo” quando a clausura é demasiadamente comprida, ou seja, cabe mais de um carro. Os marginais que invadem prédios identificaram essa vulnerabilidade e desenvolveram modus operandi chamado de “carona”.
Mas Lordello, como funciona essa modalidade criminosa?
É muito simples. Os bandidos ficam com um carro parado nas proximidades do condomínio. Quando algum morador embica seu auto para entrar na garagem, eles se posicionam logo atrás, se passando por auto de outro condômino. Quando o primeiro portão levanta por completo, o morador entra com o carro na clausura e é natural que se posicione próximo do segundo portão. Os bandidos, aproveitando que o primeiro portão foi aberto, entram com seu veículo na clausura e estacionam logo atrás do auto do morador.
Com a abertura do segundo portão, os marginais terão ingresso franqueado à garagem e, geralmente, em seguida abordam e rendem o condutor do veículo da frente, que, sem saber, auxiliou a entrada dos marginais.
Pergunta que não quer calar:
Mas Lordello, como então evitar que os bandidos peguem carona em clausuras de veículos espaçosas?
A experiência que adquiri como especialista em segurança condominial mostra que temos três soluções que precisam ser avaliadas:
1) Pintar no chão, na área da clausura, sinalização para parada do carro de morador, para que impeça a entrada de outro carro na sua carona. Dessa forma, se o morador-condutor respeitar a sinalização no chão, impedirá ingresso do carro que segue logo atrás. Aí, é só esperar o primeiro portão fechar e aguardar a abertura do segundo.
Problema: com essa estratégia se fica na dependência da boa vontade dos moradores em colaborar com a segurança do condomínio. Na prática, nem todos vão ter essa atenção. Alguns vão entrar na clausura e parar o carro próximo do segundo portão, gerando, assim, a possibilidade de ingresso de veículo suspeito.
2) Reposicionar um dos portões visando encurtar a clausura e assim permitir somente a entrada de um carro por vez. Na prática, é mais comum o recuo do primeiro portão.
Problema: existem prédios com clausuras demasiadamente compridas, impossibilitando essa solução.
3) Instalação de cancela dentro da clausura, logo após o primeiro portão, pois assim o morador será obrigado a parar e aguardar o fechamento completo do primeiro portão. Em seguida, a cancela é aberta juntamente com o segundo portão, liberando a entrada de um veículo somente.
Não encontramos nenhum tipo de problema com essa estratégia, muito pelo contrário.
Portões automáticos costumam apresentar problemas de funcionamento, e o conserto, bem sabemos, não é tão rápido quanto seria adequado. Dessa maneira, a vulnerabilidade aumenta sobremaneira, pois o condomínio passará a ter somente um portão de acesso enquanto o reparo não for providenciado. Dessa forma, a entrada de marginais com carro na modalidade “carona” é facilitada.
O interessante, é que quando implementada a instalação de cancela em clausura comprida, caso um dos dois portões de ferro apresentar defeito ainda teremos o enclausuramento (portão e cancela) e a entrada de um veículo por vez no interior da garagem.
Para finalizar, se o prédio tiver apenas um portão de acesso a garagem, ou seja, não contar com o chamado enclausuramento de portões, será impossível evitar o ingresso de bandidos com carro, na modalidade “carona”.
JORGE LORDELLO
Pioneiro em Palestras “in company” sobre Segurança Pessoal e Patrimonial
Especialista em Segurança Pública e Privada
Palestrante e Conferencista
Escritor Internacional e Articulista com mais de 2500 artigos publicados
Pesquisador Criminal
Conhecida na mídia como “Doutor Segurança”
www.lordellotreinamento.com.br
jlordello@uol.com.br