Como estaremos em 2028 se nada for feito contra a criminalidade?
Quando o Rio de Janeiro completou 450 anos, em 2015, as manchetes dos jornais estampavam fotos de crianças que dentro de suas casas haviam sido vítimas de balas perdidas. Recordo-me que em um final de semana, nessa época, quatro policiais foram assassinados e um guarda municipal encontrado morto dentro de uma lixeira na Favela da Rocinha. Naquela oportunidade, o Juiz de Direito do Tribunal de Justiça/RJ, Alexandre Abrahão, inconformado com tanta violência, escreveu o seguinte pensamento em sua página numa rede social:
“Há um tsunami de sangue e dor se aproximando muito de nós, e continuamos não dando a devida atenção. Policiais são a última barreira entre o bem e o mal, se eles estão caindo assim, sinal que nossas defesas acabaram, pensem nisso!”.
Infelizmente, o Brasil não aprende com as desgraças. A situação em 2023 está muito pior que em 2015. Facções criminosas se multiplicam e crescem como vírus endêmico. No dia a dia é comum vermos cada vez mais pessoas consumindo drogas ilícitas mas ruas sem nenhum cerimônia.
Em 2022 tivemos no Brasil o assassinato de 173 policiais, 30% a mais que no ano anterior. Em 2023 tudo caminha para que essa lamentável estatística seja superada.
Onde vamos parar?
Se o país não promover mudanças substancias e estruturais no arcabouço penal, continuaremos cada vez mais trancafiados em casa. É nítido que os bairros estão cada vez com menos movimento de transeuntes no final da tarde; os moradores têm medo de serem assaltados. A vida noturna também vem sofrendo com o aumento da violência urbana; muitos bares, restaurantes e baladas fecharam em razão do pouco movimento, que é motivado pelo receio que muita gente passou a ter de abordagem criminosa.
1.000.000 de aparelhos celulares foram roubados em 2022, sem contar as vitimas que não registraram boletim de ocorrência. As medidas legislativas penais que foram tomadas nos últimos anos não fizeram cócegas nos criminosos, muito pelo contrário, o sentimento de impunidade continua latente e crescente.
Se nada foi feito de concreto, como estaremos daqui 5 anos?