Polícia Civil impede roubo em condomínio e detém cinco na zona leste da Capital. Um dos seguranças do local iria facilitar a entrada dos comparsas
A Polícia Civil/SP prendeu, nesta quinta-feira (11.10.2018), cinco pessoas acusadas de tentativa de roubo a apartamentos na zona leste da Capital. Um carro e documentos falsos foram apreendidos durante a ação.
Agentes da 3ª Delegacia da Divisão Antissequestro (DAS) investigavam roubos na região quando souberam que o grupo se preparava para agir em imóveis de um condomínio na Avenida Regente Feijó.
Segundo apurado, um dos envolvidos é vigilante de uma empresa contratada pelo condomínio para fazer a segurança. Ele facilitaria a entrada dos comparsas na área e passaria informações.
A ideia dos acusados era se passarem por prestadores de serviço, alegando execução de tarefas de pintura e reparos em apartamentos com obras. Assim, entrariam em unidades previamente definidas.
Durante as investigações, um veículo Siena, que seria utilizado no crime, foi identificado. Equipes da DAS realizaram campana em frente a propriedade e conseguiram visualizar a chegada do automóvel.
Os criminosos foram abordados quando desembarcavam do carro; o vigilante também foi detido. Com ele foi encontrado papel com anotação de nomes falsos dos documentos que seriam apresentados. Além disso, o segurança também tinha anotado o número dos quatro apartamentos que seriam roubados.
Com eles foram apreendidos documentos falsos e telefones, entre eles um monitorado.
Observações do Dr. Jorge Lordello
A capital paulista tem 53 mil prédios, conforme consta na base de dados do IPTU de 2017 da Prefeitura de São Paulo.
Como o leitor acha que os marginais escolhem um condomínio para invadir?
Se acredita que a escolha é feita de maneira aleatória, está tremendamente enganado.
Um fator é fundamental para determinar que determinado condomínio ou empresa sofra assalto; a “informação privilegiada”.
Na maioria dos casos, alguma informação vazou de forma dolosa ou culposa (não intencional), gerando, assim, o interesse dos bandidos. Tanto é verdade, que, geralmente, as vítimas são previamente determinadas, ou seja, são invadidos principalmente os apartamentos cujos proprietários possuem dinheiro e joias.
No caso em tela, a quadrilha tinha como participante o vigilante que trabalhava no local, que passou as seguintes informações:
- a) Como entrar no prédio sem levantar suspeitas e render a portaria. Conseguindo isso, assumiriam total domínio do condomínio. Provavelmente, o vigilante que repassou as informações iria ser rendido e tratado como vítima para não levantar suspeitas de sua participação.
- b) Lista de apartamentos dos moradores mais abonados e com possibilidade de o bando lucrar mais.
Se não fosse a ação da polícia civil paulista, com absoluta certeza, os assaltantes obteriam êxito na empreitada criminosa.
Portanto, síndicos, conselheiros e gerentes prediais, devem realizar triagem minuciosa para escolher a empresa terceirizada que irá fornecer mão de portaria, vigilância e limpeza.
É de suma importância conhecer todo o processo de recrutamento e seleção dos candidatos e quais as cautelas no que tange a verificação de idoneidade, treinamento e capacitação.
Lembre-se que o bom, bonito e barato só existe no mundo da fantasia ou em empresas que faliram pois escolheram a política de preço baixo como diferencial no mercado!
No mercado de terceirização de mão de obra encontramos basicamente 2 tipos de empresas:
I)Vendem Benefícios
II)Vendem Preço Baixo
Preço baixo significa margem de lucro pequenina. Evidentemente, se a lucratividade for baixa os investimentos em qualidade e segurança serão pequenos.
A responsabilidade na contratação de equipamentos e serviços de mão de obra em condomínios residenciais é do sindico, que, geralmente, é eleito através de votação pelos moradores. Apesar da vontade de acertar, muitos deles não possuem competência técnica e experiência suficiente para escolher empresas fornecedoras de mão de obra e equipamentos com qualidade e durabilidade na esfera da segurança.
Síndicos inexperientes querem impressionar moradores mantendo a taxa condominial mais baixa possível.
Para conseguir esse objetivo, apelam para o famigerado “Bom, Bonito e Barato”.
Mas será que isso existe à disposição no mercado?
É óbvio que não!
Solicitar orçamento e analisar somente o valor não me parece um bom negócio.
JORGE LORDELLO
Pioneiro em Palestras “in company” sobre Segurança Pessoal e Patrimonial
Especialista em Segurança Pública e Privada
Palestrante e Conferencista
Escritor Internacional e Articulista com mais de 2500 artigos publicados
Pesquisador Criminal
Conhecida na mídia como “Doutor Segurança”
www.lordellotreinamento.com.br
jlordello@uol.com.br