Você aceitaria doação de moribunda milionária?
Cada manhã que abro minha caixa de e-mails encontro uma surpresa desagradável. E o pior, é que tem internauta que acredita nas ofertas mirabolantes que circulam pela internet. O final da história é sempre o mesmo, acontece com o registro policial na delegacia do bairro.
No último final de semana recebi mensagem com o seguinte assunto:
“Posso trabalhar com você?”
É óbvio que achei estranho, mas o conteúdo vai além disso, é de arrepiar:
“Olá, eu sou Nuruel Yag, da Malásia. Sou paciente com câncer de pulmão e garganta. Eu e meu marido nos casamos enquanto trabalhavamos em uma empresa multinacional na Malásia, mas ele faleceu de Covid-19 em 2020 e agora luto contra o câncer sozinha. Vi seu perfil nas redes sociais enquanto procurava por um remédio americano. De imediato, senti que o espírito de Deus me pedia para entrar em contato com você. Estou de cama, muito doente. De acordo como os médicos, só tenho alguns meses de vida. Eu realmente preciso de você para me ajudar a cumprir meu último desejo como uma mulher solitária moribunda. Quero investir minhas economias, que somam 3,8 milhões e oitocentos mil dólares, para ajudar pessoas necessitadas. Por favor, considere meu pedido, pois vou deixar você ter 20% do valor total depois de usar 80% para concretizar meu desejo. Por favor, prometa-me ser fiel e usar esse dinheiro como eu disse. Se decidir aceitar a missão, retorne esta mensagem o quanto antes que lhe informo como repasso o dinheiro. Sra. Nuruel Yag”.
O leitor acha que alguém cairia nesse tipo de golpe?
A resposta é sim. No Brasil, a loteria teve início em 1784, na cidade de Vila Rica, onde, atualmente, se encontra Ouro Preto. Registros apontam que o golpe do bilhete premiado já era aplicado no século 19.
Por outro lado, encontrei notícia do referido golpe em um jornal brasileiro datado de 22 de dezembro de 1965.
Caro leitor, se até hoje muita gente ainda é vítima do golpe do bilhete premiado, tenho absoluta certeza que vários internautas vão acreditar na história da tal idosa Nuruel Yag.