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Dicas importantes segundo experiências vivenciadas.

Pobre Brasil Reativo 

Sabe aquele ditado popular que diz que o brasileiro só coloca a tranca depois que a porta foi arrombada! Pois é, essa é a raiz cultural de nosso país quando o assunto é segurança. Há duas semanas um grande amigo meu pilotava uma moto potente quando sentiu que algo atingira seu pescoço. Ele conseguiu parar em um posto de gasolina e pode constatar que fora ferido pela famigerada linha chilena super cortante, usada por quem gosta de empinar pipa. Socorrido imediatamente por populares, levou vários pontos na região do pescoço, sendo ainda alertado pelo médico que por muito pouco teria perdido a vida.

Depois de recuperado, lhe fiz a seguinte pergunta: “Você não usa na moto a antena para se proteger de linha com cerol?” A resposta foi simples: “Nunca usei”. Mas qual o motivo, retruquei: “Acho meio brega, tira a estética da motocicleta”. Na semana seguinte ele me ligou dizendo que havia instalado a antena e que também tinha providenciado a compra, pela internet, de protetor para a região cervical, que foi criado para proteger motociclista da ação de quem solta pipa com linha chilena.

A conclusão é a seguinte: todo motociclista sabe do risco de ser atingido por uma linha cortante, mas a maioria não usa a antena. Mas qual o motivo Lordello? Muito simples, é o fenômeno da “negação”, que provoca o seguinte raciocínio limitador da ação preventiva: “Comigo não vai acontecer isso não. A probabilidade é mínima. É a famigerada desculpa esfarrapada para enganar a racionalidade.

Em condomínios acontece a mesma coisa. Muitas vezes o síndico, preocupado com a crescente violência urbana, ao fazer reunião com moradores desejando implantar sistemas de segurança para dificultar a ação de bandidos, é comum ouvir os seguintes comentários: “Para que fazer essa despesa? Moro no prédio há 23 anos e nunca fomos assaltados”. “Poxa, isso é exagerado, temos outras prioridades no condomínio, como reformar a academia de ginástica”. Mas se acontecer assalto em prédio nas proximidades, aí tudo muda e a correria começa para contratar consultor de segurança para indicar quais providências o edificio deve tomar para suprir falhas eletrônicas, físicas e procedimentais para elevar nível de segurança.

Acabei de descrever o nosso Brasil reativo. Essa cultura está enraizada em nossas leis penais e também na área da saúde, onde os cuidados só acontecem depois de chegada a doença. O reativo somente acorda para a realidade quando o problema bate em sua porta, mas aí pode ser tarde demais. Esse é um dos costumes que nos faz ser um país de terceiro mundo, no entanto, pouca gente admite isso, principalmente os gestores públicos e nossos legisladores.

Paises evoluídos sabem que é muito mais inteligente, e menos oneroso, trabalhar a cultura da prevenção, segurança e proatividade, do que enfrentar as consequências depois do problema instalado.

Na vida é melhor prevenir do que remediar!

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