Carros clonados e arrastões nos prédios
Tenho dito constantemente que a marginalidade está voltando suas garras para os condomínios residenciais e comerciais. Bancos, transportadoras, grandes empresas e famílias abastadas, fizeram investimento pesado em segurança e obtiveram resultados excelentes, ou seja, diminuíram tremendamente o risco de uma abordagem criminosa.
Os bandidos, que se utilizam sempre da lei do menor esforço, percebendo as dificuldades geradas pelas entidades acima, resolveram encetar esforços em outras bandas, mais vulneráveis.
Preste bastante atenção no assalto que ocorreu recentemente no bairro do Morumbi (São Paulo), num prédio de luxo: o veículo Peugeot com placas clonadas de um morador, chega à garagem do edifício. O porteiro confere a placa e o modelo do carro (com insulfilm) e abre o portão. Os marginais tem acesso ao interior da garagem e sobem rapidamente a portaria, que estava com a porta destravada. Os criminosos abrem o portão de entrada para os outros integrantes da quadrilha que portavam fuzis e metralhadoras. Em seguida, renderam o zelador que abriu a porta de seu apartamento inadvertidamente. Os bandidos se dividiram em três grupos. Um ficou na portaria, vigiando a rua. Outro grupo vigiava as pessoas mantidas como reféns no apartamento do zelador e os demais invadiam os apartamentos. A quadrilha permaneceu três horas no condomínio, roubando pertences de 15 famílias, das 26 que vivem no prédio.
Quantas falhas na segurança, o amigo leitor identificou no caso relatado? Muitas é claro. Na verdade, os criminosos tomaram ciência da fragilidade do esquema de segurança e armaram o bote. Foi uma atuação cirúrgica, feita por profissionais. Entendo piamente que esse crime poderia ter sido evitado, com medidas simples e eficazes.
É fundamental que os prédios tenham os dois portões na garagem, conhecidos popularmente como gaiola. Depois de várias pesquisas que realizei com minha equipe de especialistas criamos uma sistemática segura: ao chegar da rua, o morador conduzindo seu carro deve ter um controle remoto que aciona a abertura do primeiro portão e também emite um sinal para um aparelho na portaria avisando o número do apartamento do morador e o veículo que está chegando. O carro entra no edifício mas fica “preso” a uma gaiola, pois o segundo portão será aberto, apenas pela portaria e após feito o controle de acesso. Uma câmera deverá estar direcionada para o motorista e passageiros, focando a imagem através do pára-brisa do veículo. É de se lembrar que o controle remoto do morador pode ter dispositivo que aciona sinal de pânico na portaria se o veículos estiver ocupado por marginais.
A partir daí, o condutor estará sendo monitorado pelo sistema de câmeras e ao constatar qualquer suspeita o porteiro acionará o alarme (avisando o zelador e síndico) e a polícia que fará a averiguação no local. Com essas simples medidas gera-se extrema segurança no controle de acesso da garagem, e os moradores deixam de correr riscos desnecessários.
Dr. JORGE LORDELLO
Escritor Internacional
Pesquisador Criminal
Palestrante e Conferencista
Delegado de Polícia Licenciado
Consultor de Segurança
Apresentador do Programa Proteja-se
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