Inimigo interno
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Márcia Alves
Mais comum do que se imagina, a fraude interna cometida por funcionários pode causar grandes prejuízos ao posto quando não percebida a tempo. Consultor ensina como se proteger contra esse tipo de crime.
Os postos de combustíveis têm investido cada vez em medidas de segurança para se protegerem contra assaltos. Câmeras de vídeo, segurança patrimonial, cofres com temporizador e outros, são medidas que diminuem a vulnerabilidade do estabelecimento contra as ameaças externas. Mas, às vezes, o perigo está mais próximo do que se imagina.
A fraude cometida por funcionários, conhecida como fraude corporativa ou interna, pode ser tão ou mais prejudicial às finanças do posto do que, por exemplo, um assalto à mão armada. No comércio em geral, os casos mais comuns envolvem falsificação de cheques e documentos, roubo de ativos, alteração de notas de despesas, notas frias, pagamentos indevidos (propina) e uso de informação privilegiada. O problema é que esse tipo de crime, praticado por empregados que no dia-a-dia desfrutam da confiança do revendedor, às vezes demora a ser percebido.
» COMO SE PROTEGER
Ao contratar um funcionário, exija o maior número de documentos originais e procure verificar se não há sinais de adulteração ou troca de fotografia. Na dúvida, procure o distrito policial mais próximo e peça auxilio. O pretendente deve informar nome completo, endereço e telefone dos últimos patrões e apresentar atestado de antecedentes criminais recente. Como medida cautelar, vale consultar o serviço de proteção ao crédito, Serasa ou qualquer outra empresa do gênero, para saber a real condição financeira do pretendente.
Logo no primeiro contato, antes de fazer qualquer tipo de verificação, faça uma série de perguntas sobre a vida profissional e familiar do pretendente e anote tudo, para saber, posteriormente, se tal pessoa tem o hábito de mentir ou distorcer a realidade de sua vida. Se optar pela contratação, tire cópia de todos os documentos e também solicite uma foto recente do novo funcionário. Para contratar uma empresa de segurança patrimonial exija documentos, como o CNPJ; certificado de segurança e alvará de funcionamento concedido pela Polícia Federal com publicação no Diário Oficial da União; atestado da divisão de Registros Diversos expedido pela Secretaria de Segurança Pública; contrato social; e outros.
Fonte: Lordello Consultoria e Treinamento
» Pesquisa sobre fraude interna
Toda a atenção é necessária. Isso porque, segundo a consultoria KPMG, no Brasil, 69% de um grupo de mil pessoas entrevistadas, disseram que já presenciaram alguma fraude nas empresas em que trabalham. No entanto, a situação é mais grave do que se imagina. Destas fraudes, mais da metade (58%) foi praticada por um funcionário, enquanto 18% por um prestador de serviços. O restante das fraudes foi realizada por fornecedores (14%), clientes (8%) e outros (2%). A pesquisa traçou o perfil do fraudador como a maioria de homens, entre 26 e 46 anos, ocupante de cargos abaixo do nível gerencial e entre dois e cinco anos de tempo de casa. De acordo com a consultoria, a tendência de fraudes praticadas por funcionários é motivada pelo enfraquecimento dos valores sociais e morais, seguido da impunidade, insuficiência dos sistemas de controle e por problemas econômicos do país.