“POP SOCKET” acoplado ao celular pode minimizar risco de furto do aparelho?
A nova febre para os amantes de smartphones, são os vários modelos do chamado “ pop socket ”, que é um “ apoio ” que se cola na parte de trás da capinha do aparelho para ajudar a segurá-lo melhor. Trata-se de um encaixe para dedos que dá ao usuário maior firmeza para tirar fotos ou fazer selfies.
O problema é que a mídia tem veiculado alguns artigos que dão a entender que o “ pop socket ” funciona também como equipamento de segurança, capaz de minimizar risco de furto do celular em público.
Observe a matéria postada no jornal “Agora”, em 11.12.2017:
Anel e pulseira para celular viram estratégia de defesa contra furtos
“Acessórios para celular têm virado armas contra furtos. Anéis e pulseiras acoplados ao aparelho permitem aos dedos que se encaixem, deixando a mão mais firme no caso de algum ladrão querer puxar o telefone. É o que atestam os adeptos dessa mania que, de quebra, traz estilo e comodidade a quem usa a novidade no smartphone ou no tablet. A vendedora Milena Araújo de Souza, 19 anos, usa o anel grudado em seu smartphone. Ela afirma que o acessório proporciona mais firmeza e segurança à mão, tanto contra furtos como para selfies com mais precisão. “É muito mais prático e sinto que posso controlar o celular na minha mão”, afirma. Milena conta que também usa o anel para apoiar o aparelho e, assim, poder assistir a vídeos e a filmes. ” É mais confortável “, garante. A corretora de seguros Sonia Regina Bertasi, 50 anos, destaca várias funções do anel que ela usa grudado à capa do seu smartphone. ” O celular encaixa na mão e dificulta o roubo. Nunca testei, mas sinto mais segurança com o anel “, explica ela, que prefere usar no dedo médio. Sônia elogia, ainda, a praticidade para digitar. “Mando mensagens com uma mão só, facilitou para digitar”.
QUAL OPINIÃO DO DOUTOR SEGURANÇA SOBRE ESSA NOVA MANIA?
Também nas redes sociais, muita gente tem dito que o “pop socket” pode minimizar risco de furto em vias públicas. Mas será que isso é verdadeiro na prática? Creio que não! Inicialmente, é importante explicar que o crime de furto é a subtração sem violência à vítima.
Já postei diversos vídeos em minhas redes sociais de pessoas falando ao celular ou tirando fotos em locais movimentados, como a Avenida Paulista, em São Paulo, e em dado momento surgem marginais correndo, de bicicleta e até de motocicleta, que aproveitam para dar o bote nos celulares dessas vítimas distraídas. Geralmente, a pessoa leva um susto; e como o criminoso está em velocidade, as chances de recuperar o aparelho são ínfimas.
Se o dedo do usuário estiver de alguma forma preso ao celular, com o tranco recebido na hora do repentino furto, poderão ocorrer as seguintes situações:
– Quebra do dedo que está segurando o smartphone
– Luxação do dedo, podendo ainda gerar sangramento
– Deformidade ou problema sério na mão que estava segurando o celular
– A vítima ainda pode perder o equilíbrio, cair violentamente ao chão e ter outros ferimentos em diferentes partes do corpo
– Mas vamos supor que o marginal tentou fazer a subtração na modalidade furto, e em razão do pop socket, não conseguiu. Ele pode se revoltar por entender que a vítima, de alguma forma, reagiu à sua investida e, consequentemente, partir para a violência física para consumar seu intento criminoso.
Portanto, o pop socket não deve ser adquirido como forma de proteger seu celular contra bandidos. Sua utilidade é outra!
Adquiri esse equipamento baratinho para experimentá-lo e produzir este artigo com pleno conhecimento. Notei que o smartphone fica realmente mais seguro com o apoio desse pequeno fixador, e assim, o risco de derrubar o celular é bem menor, evitando sua eventual quebra ou dano na tela, que é fica bem caro para substituir.
A única estratégia que funciona para proteger o celular de furtos e assaltos, é não exibi-lo nas ruas e transporte público.
Lembre-se que aquilo que o bandido não enxerga, não tem como desejar.
Se o interesse do leitor é realmente proteger o smartphone, procure utilizá-lo de forma consciente, sempre em local seguro, longe da presença de estranhos e multidões.
Mas acreditar que o “ pop socket ” tem o condão de evitar ou até mesmo diminuir o risco de subtração nas ruas, é o mesmo que acreditar que Papai Noel existe e seu meio de transporte é um trenó puxado por renas.
JORGE LORDELLO
Pioneiro em Palestras “in company” sobre Segurança Pessoal e Patrimonial
Especialista em Segurança Pública e Privada
Palestrante e Conferencista
Escritor Internacional e Articulista com mais de 2500 artigos publicados
Pesquisador Criminal
Conhecida na mídia como “Doutor Segurança”
www.lordellotreinamento.com.br
jlordello@uol.com.br