Cobrar honestidade e integridade somente dos outros não adianta
É muito fácil cobrar dos outros procedimentos éticos e morais, principalmente numa fase em que políticos, empresários e personalidades de classe social abastada são processados e presos por corrupção e tantos outros crimes.
Por outro lado, é preciso olhar para o próprio umbigo no que tange a ofertar bons exemplos no dia a dia.
Fala-se muito da necessidade de deixar um Brasil melhor para nossos filhos, mas nossos filhos também deverão contribuir para que isso aconteça. Temos que ensiná-los, educá-los a serem íntegros, honestos, cumpridores de seus deveres e respeitadores do direito alheio para que usufruam de uma sociedade mais justa.
Não adianta dizer que o exemplo deve vir somente de cima, principalmente dos governantes, pois os mais jovens se espelham e modelam comportamentos daqueles que estão mais próximos.
Imagine um pai dizendo para o filho que beber e dirigir é perigoso, sendo que ele próprio pratica costumeiramente essa infração legal. E a mãe que não quer que o filho faça uso de cigarros mas que fuma sem parar na frente da prole.
Meu falecido pai tinha uma frase célebre que repetiu dezenas de vezes aos 3 filhos: “Se cada um fizesse a sua parte, teríamos uma família melhor, um bairro bacana para se morar, uma cidade mais civilizada para se viver e assim por diante”. É essencial que não sejamos omissos perante nossas responsabilidades junto àqueles que estão ao nosso redor.
Gostaria de pontuar algumas situações que muitos brasileiros estão acostumados a praticar. O leitor poderá refletir e tirar as próprias conclusões…
Muita gente na “Terra Brasilis” …
– Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas
– Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas ou em frente a entrada de garagem alheia
– Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo algum tipo de infração
– Troca voto por qualquer coisa: cargo, dinheiro ou algum tipo de vantagem pessoal
– Fala no celular enquanto dirige.
-Trafega pela direita nos acostamentos durante congestionamento e assim leva vantagem sobre os demais motoristas
– Pára em filas duplas ou até triplas em frente as escolas para não ter que andar algum metros a mais
– Viola a lei do silêncio sem se importar com o vizinho
– Dirige após consumir bebida alcoólica e diz pra todo mundo que tem plenas condições
– Fura filas nos bancos utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas
– Pega atestado médico sem estar doente para faltar ao trabalho.
– Faz “gato” de luz, de água e de tv a cabo como se isso fosse a coisa mais normal no mundo e ainda se vangloria para os amigos
– Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda
– Muda a cor da pele para ingressar em universidade através do sistema de cotas
– Quando viaja à serviço da empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20
– Estaciona em vagas exclusivas para deficientes: “Mas foi só por cinco minutinhos”
– Adultera o velocímetro do carro para vender por melhor preço
– Compra produtos contrabandeados com plena consciência de que são piratas e ainda propaga que pagou preço baixo
– Freqüenta caça-níqueis e faz uma fézinha no jogo de bicho
– Leva das empresas onde trabalha pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis… Como se isso não fosse algo absolutamente normal!
– Quando volta do exterior nunca diz a verdade ao fiscal aduaneiro quando questionado sobre o que traz na bagagem
– Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes, não devolve, pois “achado não é roubado”
Apesar de tudo isso, exigem que os que possuem cargos no governo sejam honestíssimos e íntegros com o dinheiro público.
Mas quem foi que depositou o voto na urna?
JORGE LORDELLO
Pioneiro em Palestras “in company” sobre Segurança Pessoal e Patrimonial
Especialista em Segurança Pública e Privada
Palestrante e Conferencista
Escritor Internacional e Articulista com mais de 2500 artigos publicados
Pesquisador Criminal
Conhecida na mídia como “Doutor Segurança”
www.lordellotreinamento.com.br
jlordello@uol.com.br