Condomínios: chegou a vez da Portaria Remota
NOVO PARADIGMA DE SEGURANÇA PROPORCIONA ECONOMIA PARA PRÉDIOS
Por Jorge Lordello Especialista em Segurança Condominial
Há mais de 20 anos estudo e pesquiso sobre segurança em prédios e edifícios; suas vulnerabilidades, problemas e as soluções mais adequadas. Nesse período, a elevação dos níveis de criminalidade em nosso país foi fator decisivo na geração de mudanças radicais de comportamento nas habitações verticais.
A maioria delas, até a década de 50/60 não contavam com muros. A recepção era totalmente envidraçada e permanecia aberta a maior parte do dia, somente era trancada no período noturno. A figura do porteiro surge na chamada recepção do prédio. O funcionário trabalhava em uma escrivaninha de madeira e seu equipamento era somente o interfone, que usava para se comunicar com os moradores. Sua função principal não era controlar acesso de pessoas ou veículos e sim ofertar várias comodidades aos moradores.
Na década de 80 começa a surgir na cidade de São Paulo um novo tipo de serviço, originário dos EUA, que se espalhou para todo o Brasil: o de entrega delivery, que foi rapidamente absorvido pelos moradores de prédios residenciais. Inicialmente, o único produto oferecido era a pizza. O porteiro do edifício fazia a recepção do entregador e liberava o ingresso ao elevador. Pelo interfone, comunicava o condômino da chegada da encomenda.
Rapidamente, farmácias, restaurantes e supermercados aderiram a esse novo serviço. Em seguida, alguns edifícios, que já tinham seus perímetros delimitados por gradil, acharam por bem introduzir o conceito de guarita, que não tinha banheiro e era posicionada afastada do portão de acesso de pedestres. O funcionário continuava com o velho e bom interfone, mas agora também era responsável pela abertura dos portões de veículos e pedestres.
Nessa fase histórica, o funcionário da guarita passa a ter funções relacionadas com a “segurança” do local de trabalho. A partir da década de 90, com a entrada de drogas pesadas e com alto poder viciante no Brasil, a criminalidade começou a mostrar suas garras de maneira mais violenta e perversa. Notícias referentes a furtos e assaltos em prédios começaram a ser veiculadas cotidianamente.
Fui um dos precursores da criação da chamada “clausura de pedestres”, ou seja, a instalação de mais um portão com a finalidade de aumentar o nível de segurança da entrada de pessoas em condomínios. Muitos moradores acharam a ideia absurda e se posicionaram terminantemente contrários. Alguns síndicos, preocupados com o avanço da violência urbana, acharam por bem implantar “na marra” a clausura de pessoas; mesmo não sendo consenso entre os moradores, que aos poucos, entendendo que realmente era necessário, passaram a aderir ao novo paradigma.
Quando me posicionei pela proibição da entrada de entregadores delivery, isso no final dos anos 90, a grita foi geral. Muitos moradores acharam a medida radical e desnecessária. Na verdade, pleiteavam a continuidade da comodidade de não precisar sair do recanto do lar para ir até a portaria pegar a pizza e o refrigerante. Mais uma vez comprometidos com a segurança dos moradores, os síndicos abraçaram a proibição do ingresso do entregador. No começo da sistemática, alguns moradores convenciam os porteiros a continuar recebendo a mercadoria e a levar até o apartamento, deixando, para tanto, a portaria desguarnecida. Alguns funcionários, com receio em deixar a guarita por muito tempo, colocavam a encomenda no elevador e apertavam o número do andar do morador. Mais uma vez a postura dos síndicos foi fundamental para proibir esse “jeitinho” de burlar as regras. Após alguns anos praticamente todos os condomínios no Brasil passaram a adotar como norma a obrigação de o morador ou empregado doméstico descer na portaria para retirada da mercadoria encomendada.
No início do século XXI, moradores ficaram aterrorizados com as primeiras notícias dos chamados arrastões a condomínios. Semanalmente eram noticiados assaltos cinematográficos, onde vários apartamentos eram assaltados em sequência e moradores, rendidos, eram mantidos amarrados por diversas horas. O Estado de São Paulo foi o primeiro a criar Delegacia especializada no combate a roubos e furtos em condomínios, que passou a fazer parte do DEIC, aja vista a gravidade do problema.
Quando as quadrilhas organizadas começaram a penetrar nos edifícios pela garagem, passei a orientar síndicos e moradores a criar na entrada de veículos a estratégia do segundo portão, para formação da “clausura de autos”. Novamente síndicos encontraram certa resistência de condôminos, inconformados com os poucos segundos ou minutos que iriam perder para entrar e sair.
Desta vez, as graves notícias referentes a arrastões a prédios serviram de embasamento e justificativa para que os administradores implementassem com celeridade a “clausura de carros” e também o “passa volumes”, que é embutido no gradil e diminui o contato do morador com o entregador.
E as alterações não pararam por ai!
A necessidade por mais segurança fez com que os novos edifícios optassem por muros cada vez mais altos e protegidos com cerca eletrificada. Câmeras de segurança passaram a ser ferramenta fundamental para o trabalho na portaria.
Apesar de todo o investimento em equipamentos, os funcionários da guarita continuavam sem capacitação e treinamento, além dos baixos salários.
As invasões a edifícios continuaram a proliferar. Até adolescentes e jovens amadores do mundo do crime passaram a penetrar em prédios residenciais. A esse fenômeno dei o nome de “banalização da violência”.
Em razão do pânico frente aos “arrastões”, a indústria de blindagem de autos encontrou filão de negócios nos condomínios residenciais. Inicialmente, prédios de alto padrão passaram a adaptar na guarita de alvenaria vidros e porta blindada. Mais uma vez alguns moradores foram contra; alegaram que a medida era descabida, absurda, além do custo elevado. As construtoras, percebendo que a ideia era realmente boa, pois aumentava sensivelmente o nível de segurança do empreendimento e, portanto, poderiam atrair compradores em busca de paz e tranquilidade para a família, passaram a entregar condomínios com essa inovação.
Em razão da ação cada vez maior de bandidos, as guaritas blindadas foram se aproximando cada vez mais da calçada, contendo também “passa volumes” feitos de aço balístico.
É importante frisar, que atualmente muitos prédios de classe média já possuem guarita totalmente blindada.
Não posso deixar de salientar, que o porteiro, tradicionalmente funcionário do prédio (o amigo de todos), foi substituído por terceirizados, que em tese, deveriam ser capacitados para controlar o acesso, mas muitas vezes não é o que acontece. A enorme quantidade de reclamações de síndicos e moradores quanto ao desempenho desses profissionais é algo muito preocupante em termos de segurança. Fato que comprova essa situação, é que minha pesquisa de campo apontou que em grande parte dos condomínios aconteceu a substituição por duas, três e até quatro vezes da empresa de terceirização de mão de obra, providência essa em busca de melhor qualidade de serviço.
Mesmo com todos os investimentos acima mencionados, e principalmente com o conceito de guarita blindada, vários prédios ainda sofrem invasão criminosa.
Como explicar?
Por que mesmo com tanto gasto com segurança física, eletrônica e com mão de obra, muitos condomínios ainda sofrem com a ação da criminalidade?
A resposta é simples.
A mídia já noticiou diversos assaltos no trânsito em que o motorista perdeu o relógio e o celular e a mulher teve subtraída a bolsa, mesmo estando em carros blindados. O problema é que essas vítimas mantinham o vidro ou a porta do carro blindado aberta.
O mesmo acontece em condomínios residenciais!
Reflita com algumas perguntas de suma importância:
»Do que adianta ter portaria totalmente blindada se a porta de aço permanece aberta ou destrancada constantemente?
»Adianta municiar o porteiro do prédio com equipamentos de alta tecnologia se ele não é treinado e não tem consciência de segurança?
»Como o prédio pode ter segurança se moradores, empregados domésticos e até entregadores e prestadores de serviço entram na guarita para bater papo com o porteiro?
É óbvio que todos esses aspectos fragilizam a segurança do local e abrem brechas para o criminoso penetrar.
»E quando o funcionário da guarita falta ou chega atrasado?
»E nos horários de almoço e jantar, onde a legislação trabalhista determina que o funcionário cumpra os 60 minutos de descanso?
As empresas de segurança estão sempre atentas a novidades tecnológicas frente as necessidades dos clientes.
As reclamações em relação ao alto custo com mão de obra de portaria, sem a mesma contrapartida no que tange a segurança dos prédios, fez com que alguns empresários trouxessem tecnologia americana para criar novo serviço chamado de “Portaria Virtual ou Remota”.
O ponto principal dessa atividade é realizar, à distância, através de central de monitoramento 24h, operada por equipe de funcionários especializados, todo o trabalho que era praticado na guarita de um prédio.
As empresas que estão operacionalizando as “Portarias Virtuais”, também chamadas de “Portarias Remotas”, conseguem, em tempo real, realizar as seguintes atividades:
a)Monitorar e gravar as imagens de todas as câmeras do condomínio
b)Abrir e fechar portões automatizados
c)Entrar em contato com os apartamentos através do interfone do edifício ou via celular, se o morador não estiver no lar d)Gravar áudio e vídeo das conversas efetivadas com visitantes através do interfone
e)Registrar eletronicamente a entrada e saída de veículos e pessoas, sendo que o síndico poderá ter acesso aos dados através da internet
f)Receber aviso de pânico de morador e acionar a polícia
g)Monitorar alarme perimetral e providenciar pronta resposta em caso de tentativa de invasão g)Garantir manutenção dos equipamentos
h)Providenciar rapidamente conserto de portões ou outros equipamentos em caso de quebra.
Outra dúvida de síndicos e moradores é a seguinte:
»Ao contratar o serviço de Portaria Virtual, quem ficaria responsável pelo recebimento de entregas?
A resposta é simples!
Se o morador ou empregado doméstico estiver no apartamento, o funcionário da Portaria Remota irá solicitar, via interfone, que compareça à portaria para retirada da encomenda. Todo esse procedimento será monitorado em tempo real através das imagens das câmeras de segurança.
E se não tiver ninguém no apartamento?
O zelador passará a ter função bem mais ativa com o advento da Portaria Virtual. Através de Rádio Nextel, o funcionário será acionado pela equipe de monitoramento a comparecer na portaria, quando necessário, para atender carteiro, oficial de justiça e etc.
Já entrevistei vários síndicos que implantaram o serviço de “Portaria Virtual” e a maioria se mostrou satisfeita com os resultados obtidos.
Através de pesquisa, perguntei sobre os principais benefícios gerados pelo novo sistema de controle de acesso à distância. Analise as respostas obtidas:
1)Diminuição de até 70% dos custos de despesas com mão de obra de portaria
2)Impossibilidade de sofrer assalto na modalidade “arrastão”, pois não há mais porteiro presencial que possa ser rendido
3)Fim da preocupação de o funcionário da portaria estar dormindo, faltar ao serviço ou chegar atrasado
4)Acaba a fofoca na guarita, assim, o sigilo das informações dos moradores, tão importante para a segurança do condomínio, fica resguardado
5)Elimina a possibilidade de a portaria atender pedidos e favores pessoais de moradores, mesmo porque não são permitidos pelo regimento interno e abrem brechas para furtos e assaltos.
Uma coisa é certa, o mercado de mão de obra de segurança vai se transformar totalmente com a inevitável adoção em massa desta nova e revolucionária tecnologia, que quebra todos os paradigmas da área e diminui drasticamente as despesas com mão de obra, e o que é mais importante, com mais segurança.
Se você deseja saber tudo sobre o tema em questão e sanar suas dúvidas, participe do curso presencial e “on line”, que irei realizar no dia 28 de nov/2015 (sábado), na Av. Paulista/SP, com o seguinte tema:
“PORTARIA VIRTUAL”
Saiba Como Reduzir Despesas com Mão de Obra e Ainda Aumentar a Segurança
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011 47591939 011 47476055
doutorseguranca2@uol.com.br
JORGE LORDELLO
Pioneiro em Palestras “in company” sobre Segurança Pessoal e Patrimonial
Especialista em Segurança Pública e Privada
Palestrante e Conferencista
Escritor Internacional e Articulista com mais de 2500 artigos publicados
Pesquisador Criminal
Conhecida na mídia como “Doutor Segurança”
www.lordellotreinamento.com.br
jlordello@uol.com.br