Não ostente riqueza no trânsito
Ao ministrar curso para executivos de um banco americano, alertei sobre os perigos de ostentar riqueza num país que possui, segundo o IBGE, 54 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, ganhando menos de R$ 80,00 por mês.
Um dos participantes levantou a mão e indagou: “Será que o senhor não está exagerando?”. O silêncio tomou conta da platéia a espera de uma resposta minha. Não hesitei em apresentar alguns dados estatísticos que comprovam a teoria que devemos tomar uma série de cuidados preventivos em razão da crescente onda de violência.
Senão vejamos: A cada três horas um brasileiro é morto por um menor infrator. Em razão da atual legislação, o menor infrator fica internado por no máximo 3 anos independente do número e gravidade dos crimes praticados. O adolescente F.P., conhecido vulgarmente por Batoré, de 17 anos, responde pela prática de 15 homicídios. Ele começou sua carreira criminosa aos 13 anos onde assassinou sua primeira vitima. Se a maioridade penal fosse aos 14 anos, 14 cidadãos honestos estariam vivos hoje e não fariam parte da estatística policial. Apenas 1% dos bandidos que cometeram crimes violentos chega a cumprir pena no Brasil. Mais de 12.000 pessoas são mortas por ano no Estado de São Paulo. Milhões de vitimas de assalto à mão armada registram Boletim de Ocorrência por ano no Brasil. O volume triplica se computarmos as vitimas que não registram ocorrência.
Desta forma, é de suma importância que o amigo leitor não se coloque na posição de vítima ostentando qualquer tipo de riqueza:
1) Não devemos chamar a atenção com carros importados de luxo, relógios em ouro, jóias, bijuterias finas etc. A discrição é a melhor arma para escapar das malhas dos criminosos.
2) Carregar inúmeros cartões de credito e de banco, também são sinônimos de riqueza que podem fazer com que um simples assalto na rua, termine em seqüestro ou até mesmo num roubo a residência.
3) Em linguagem técnica, dizemos que o cidadão com a mente voltada para a prevenção, possui o que chamamos de “perfil baixo”, ou seja, evita ao máximo a atenção para si, passando despercebido aos olhos da bandidagem.
4) Não comente da sua vida financeira na frente de seu filho, pois ele pode passar essa informação sem querer, para estranhos. Muito pelo contrário, mostre que a situação financeira não está fácil e que a ordem é economizar.
O técnico de futebol Leão, foi assaltado no centro de São Paulo, parado em um farol com seu veiculo importado de alto padrão, sendo que no pulso carregava um relógio em ouro avaliado em 5 mil dólares. Os anéis ficaram, mas o relógio bateu asas e voou para as mãos de um bandido que estava atento no braço esquerdo dos motoristas que por ali passavam.
JORGE LORDELLO
Pioneiro em Palestras “in company” sobre Segurança Pessoal e Patrimonial
Especialista em Segurança Pública e Privada
Palestrante e Conferencista
Escritor Internacional e Articulista com mais de 2500 artigos publicados
Pesquisador Criminal
Conhecida na mídia como “Doutor Segurança”
www.lordellotreinamento.com.br
jlordello@uol.com.br