Moradora de prédio se irrita com interfone quebrado; chama porteiro de “macaco” e é presa
Uma mulher foi presa na noite de festejos natalinos/2019 acusada de xingar o porteiro do edifício onde mora de “macaco, safado e fedorento”. O caso aconteceu em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
O funcionário da guarita, de 43 anos, informou na delegacia de polícia que o interfone não estava funcionando. O síndico determinou que para evitar a entrada de pessoas não autorizadas, o porteiro deveria solicitar que todos os moradores fossem à portaria para liberar a entrada de suas visitas na noite de Natal.
O problema começou quando a mãe da moradora de prenome Ariane, de 31 anos, chegou ao local. O porteiro seguiu a orientação e solicitou que a senhora ligasse para a filha para pedir que ela descesse para fazer a liberação. A condômina, que mora em um bloco mais afastado da portaria, desceu e passou a ofender Gilvan de “macaco, safado e fedorento”. Testemunhas viram a agressão e chamaram a polícia, redundando em prisão em flagrante.
Mas tem uma pergunta que não quer calar:
Será que de alguma forma a administração do condomínio poderia ter evitado todo esse constrangimento pelo qual passou o funcionário da portaria?
Inicialmente, é preciso dizer que educação vem de berço. Algumas pessoas descontroladas e/ou estressadas perdem as estribeiras facilmente e qualquer irritação ou contrariedade pode dar início a discussões, ofensas, brigas e até morte.
A experiência no tocante a estudos sobre segurança condominial mostra que cabe ao síndico procurar minimizar ao máximo situações conflitantes entre funcionários do prédio, moradores, empregados domésticos, prestadores de serviço, visitantes e entregadores.
A portaria de condomínios residenciais e comerciais tem como função realizar a triagem de pessoas e liberar somente aquelas cadastradas e autorizadas.
Muitas vezes, qualquer tipo de demora dá início a situações estressantes e constrangedoras. Por isso que a triagem realizada pelo porteiro deve ser rápida, mas ao mesmo tempo seguir todas as normas e procedimentos determinados pela administração, tendo sempre foco em segurança.
No caso em tela, o conflito teve início por causa do problema técnico com o interfone que parou de funcionar, impedindo, assim, que o funcionário entrasse em contato com o morador.
Mas como poderia ser minimizado o problema em tela?
De início, é importante frisar que o conserto dos equipamentos eletrônicos do condomínio, principalmente os referentes ao controle de acesso de pessoas e autos, deve ser rápido. Indicamos que o síndico tenha contrato de manutenção preventiva e corretiva com empresa especializada, isso para evitar paralisação dos serviços. Em caso de qualquer defeito, a visita técnica tem que ser imediata. Para que assim funcione, é preciso contratar empresas que tenham condições de prestar serviço de qualidade. Convém consignar multa em contrato no caso de não cumprimento do tempo máximo determinado.
Mas somente isso não basta!
Quando algum serviço ou equipamento parar de funcionar no prédio, os moradores devem ser prontamente avisados para que possam se programar.
Vamos a exemplo clássico, o da falta de luz, quando os elevadores deixarão de funcionar se o edifício não tiver gerador. Imagine o morador de apartamento em andar elevado chegando do trabalho extremamente cansado e pensando em jantar. Ao chegar toma ciência que o elevador não está funcionando por falta de energia elétrica ou dano no equipamento, qual será seu comportamento?
É claro que ficará desapontado e chateado.
Por outro lado, se antes de sair do emprego ele receber aviso pelo celular, através de e-mail ou aplicativo exclusivo para condomínios, informando do problema, terá toda condição de se programar, como por exemplo, ir jantar em restaurante e somente depois retornar ao condomínio.
A intenção deste artigo é mostrar que a comunicação rápida entre a administração do edifício e moradores é fundamental para se minimizar conflitos e ofertar comodidade na medida do possível.
Não poderia terminar este artigo sem esclarecer que cabe ao síndico promover campanhas educativas e preventivas, constantemente, através de comunicados, banners afixados nos elevadores, envio de e-mails e etc. Um dos assuntos a ser abordado é o assédio moral, mostrando que urbanidade, educação e bom relacionamento entre moradores e funcionários do prédio deve ser a tônica.
Importante informar também que qualquer contrariedade, problema ou desagrado não deve ser tratado ou discutido diretamente com o colaborador e sim mediante envio de reclamação e pedido de providências à administração.