Condomínios – Conheça as armas dos moradores que lutam contra qualquer melhoria na segurança
Após mais de 20 anos pesquisando a fundo métodos prevencionistas para condomínios residenciais, separei as principais frases ditas por moradores que lutam contra investimentos de segurança em seus locais de moradia:
“Pra que investir em segurança? Nosso condomínio nunca foi invadido”. Leigos pensam que o fato de não ter ocorrido assalto ou furto significa que o prédio tem segurança suficiente. Ledo engano! Acompanhe o seguinte raciocínio: existem pessoas que não estão doentes mas não têm saúde.
“Meu condomínio é simples e por isso não é alvo de marginais”. O leitor conhece aquele ditado: “Me engana que eu gosto”? Basta uma busca rápida no google para desmontar essa teoria, que não tem nenhum fundamento prático, pois crimes ocorrem em todas as classes sociais e em qualquer tipo de moradia.
“Não adianta gastar dinheiro com segurança. Se bandidos quiserem entrar, vão entrar e pronto”. Esse pensamento simplista, geralmente, é ofertado por morador que dá mais importância para a comodidade do que para a segurança. De forma genérica e nenhum fundamento técnico, tenta convencer os indecisos a votarem contra a implementação de melhorias na área de segurança.
“Não precisamos gastar dinheiro com projeto de segurança, temos várias boas ideias de moradores”. Esse tipo de pensamento está alicerçado em “achismos”. Muitos acham, mas não têm certeza alguma. Essa alegação é muito fácil de ser derrubada. Nas palestras que ministro para síndicos, sempre faço a seguinte pergunta logo no início do evento: “Em cada 10 prédios que você entrou nas últimas semanas, quantos têm bom nível de segurança? A esmagadora maioria dos síndicos ofertam a seguinte resposta: “De 1 a 2, no máximo”. Tanto é verdade, que o que mais se ouve de moradores em condomínios residenciais é reclamação sobre a falta de segurança.
“Condomínios jamais estarão preparados para reagir a um assalto”. Investimentos em segurança em edifícios não visam a “reação” e sim “prevenção”, galgada em minimização de riscos. Reagir a bandidos armados é função das polícias e não dos funcionários do prédio. Nos últimos meses, vários prédios em São Paulo foram invadidos por crianças, adolescentes e jovens que ludibriaram porteiros e entraram de forma sorrateira pelo portão de pedestres ou garagem. A estratégia é o arrombamento da porta do apartamento para subtração de bens na ausência de moradores. Em alguns casos, esse meliantes, que, geralmente, portam chave de fenda, foram descobertos pelo zelador, funcionário da limpeza e até condôminos que partiram para agressão. Por outro lado, é importante esclarecer que marginais armados não invadem prédios mediante violência. A penetração nos condomínios ocorre de forma sub-reptícia, ou seja, os bandidos penetram através da entrada de pedestres, garagem ou mediante transposição de muro. A violência ou grave ameaça só é perpetrada no momento de abordar o porteiro na guarita. E ocorre de forma discreta para que nenhum morador ou pedestre perceba o crime e acione a polícia.
“Bobagem gastar dinheiro com equipamentos se nossos porteiros não são treinados”. É obvio que uma ação não descredencia a outra. Durante treinamentos que realizo para capacitar porteiros, controladores de acesso, vigilantes e zeladores, o que mais ouço dos participantes é que parcela considerável de moradores burla normas de segurança e ameaça os colaboradores de demissão se os tentarem impedir, ou seja, são os próprios condôminos que não colaboram para a segurança da coletividade.
Portanto, oriento síndicos, conselheiros e moradores interessados em morar em condomínio com bom nível de segurança, que tomem cuidado com as alegações acima, que devem ser rebatidas e enfrentadas de forma técnica e profissional.
Jamais haverá anuência de 100% dos moradores. Isso é fato!
O importante é realizar trabalho de conscientização para ter a maioria dos residentes dispostos a investir e colaborar com a segurança. Assim, a minoria barulhenta, sempre do contra e que, geralmente, luta por mais comodidade, passará a não ter voz e nem capacidade de influenciar os moradores indecisos.