A importância das aletas para ventilação em guaritas blindadas

Para evitar o famigerado arrastão,  guaritas e portarias blindadas são equipamentos em alta atualmente. A estratégia que justifica sua implantação, é manter o porteiro ou vigilante protegidos em local com arquitetura balística que impeça sua rendição por marginais armados. Em uma eventual tentativa de invasão, se o funcionário responsável por uma guarita de condomínio ou empresa for rendido, os criminosos tomarão conta do local, pois terão à disposição o controle do sistema de câmeras de segurança, dos alarmes e dos portões de autos e pedestres.

O presente artigo visa alertar síndicos e construtores que planejam reformar ou criar guaritas blindadas, que apesar de essa ser uma ótima providência quanto a segurança, muitos erros e falhas ainda podem manter a fragilização e brechas no ambiente a ser protegido.

Recentemente, fui visitar um casal de amigos no bairro dos Jardins/SP. Logo que cheguei, percebi que a portaria era blindada. Curiosamente, o porteiro me atendeu com a porta blindada aberta.

Depois de entrar em contato via interfone com o apartamento que eu pretendia visitar, foi liberada minha entrada. Em seguida, o porteiro solicitou meu RG para cadastro. Quando me devolveu o documento, fiz a seguinte pergunta:

“Por que está trabalhando com a porta aberta? Não acha perigoso?”

Ele pediu que eu adentrasse no espaço. Confesso que em poucos segundos comecei a suar. O calor era insuportável. Ele deixava a porta aberta para entrada de ar fresco.

Dava para ver que a portaria tinha ar condicionado interno, portanto, indaguei o motivo de não estar ligado. A resposta foi a seguinte:

“O ar condicionado está quebrado há mais de 10 dias”.

Resolvi fazer outra pergunta:

“Mas quando o ar condicionado está funcionando, você mantém a porta blindada trancada?” 

A resposta foi intrigante:

“Confesso que, em virtude de ter sinusite e rinite, tem dia que não posso ligar o ar condicionado, então deixo a porta aberta”. 

É importante o leitor saber que vidro blindado é fixo, ou seja, não permite abertura. A portaria se torna uma área hermeticamente lacrada, sem nenhum tipo de ventilação. Em dias de forte calor, os colaboradores podem sentir certo mal estar ou agravamento de algum problema de saúde.

A opção do ar condicionado é importante, mas nem todas as pessoas suportam o ar frio. Ter um ventilador no interior da guarita pode ser uma solução, mas em alguns casos não resolve o problema por completo. O ideal é trabalhar num ambiente ventilado, que possua corrente de ar mesmo em dias mais frescos.

Mas qual a saída para que porteiros e vigilantes possam trabalhar em portaria blindada mantendo, necessariamente, a porta trancada?

A estratégia é a utilização das chamadas “aletas de ventilação”, como se vê na fotografia abaixo:

 

As aletas na parte superior da armação feita de aço balístico permitem a entrada de ar mas impedem que disparo de arma de fogo penetre.

Com isso, o colaborador recebe ar fresco no interior do ambiente blindado. Havendo necessidade, poderá ligar por um tempo o ar condicionado ou o ventilador.

Observe atentamente fotos de guaritas com vidraça blindada sem aletas para ventilação:

A guarita fica completamente lacrada, sem entrada de ar, o que, convenhamos, não é agradável e nem saudável para quem trabalha num espaço diminuto.

Veja foto mais recuada para ter a dimensão da área envidraçada blindada e as aletas que permitem ventilação natural:

O ideal, para maior conforto do colaborador, é ter aletas de ventilação em todos os vidros blindados da portaria, evitando, assim, que seja preciso manter a porta blindada aberta. Esse pequeno detalhe ao projetar ambiente balístico faz grande diferença na segurança. 

Para terminar é importante frisar que mesmo com as aletas de ventilação é necessário também instalação de ar condicionado em portarias blindadas.