No Brasil, vale a pena mentir ou falar a verdade?
Certa ocasião, foi trazido à presença do Rei um jovem ladrão que havia sido apanhado numa tentativa de furto. Porém, devido a sua pouca idade, o monarca resolveu não puni-lo tão severamente quanto a lei determinava. Como alternativa, quis mostrar ao menino o caminho lúgubre e o trágico final que uma vida de crimes proporciona. Com essa conscientização, fazê-lo desistir daquela prática abominável.
Durante a conversa, sabiamente, não disse uma palavra sequer a respeito de roubo. Falou carinhosamente com o jovem e conquistou sua confiança. A única exigência que fez, foi que o rapaz prometesse sempre dizer a verdade.
Pensando que tinha se safado com facilidade, o garoto, imediatamente, concordou com tudo e foi para casa sentindo-se muito aliviado. Porém, durante a noite, pensamentos a respeito de roubar vieram a ele como nuvens que obscurecem a lua. Enquanto saía furtivamente por uma porta lateral da casa, entretanto, foi surpreendido por um pensamento:
“Que irei dizer caso alguém me pare na rua para perguntar o que estou fazendo? Se mantiver minha promessa de ser verdadeiro, terei de confessar tudo e não poderei evitar o castigo que mereço”.
À medida que procurava ser veraz, apesar de todos os seus hábitos, tornava-se cada vez mais difícil para ele roubar. O desenvolvimento de sua veracidade criou espaço para sua honestidade e correção.
No Brasil, a legislação penal garante aos acusados de crimes o direito de mentir na fase policial e judicial, sem serem punidos por isso.

Assim, mentir acaba sendo mais vantajoso que falar a verdade.
Nos EUA e em muitos outros países, mentir em qualquer fase da investigação e processo criminal é considerado crime, com pena altíssima. O marginal passa a ter apenas duas opções: falar a verdade e em razão disso ver a pena um pouco diminuída ou ficar calado.

