Quando o porteiro falha por “culpa” do morador
Um morador de edifício em seu facebook, fez o seguinte relato de crime ocorrido em seu condomínio:
“Hoje tentaram entrar aqui no prédio fingindo ser funcionários de laboratório que vinham tirar sangue de uma moradora. Sabiam o nome e apartamento da tal moradora. Um carro com pessoas vestindo jalecos brancos e carregando cooler para armazenar o sague a ser coletado estacionou pouco à frente da guarita. A sorte é que o porteiro já havia recebido aviso da administradora que teria uma gangue agindo dessa forma nos prédios da região”.
Imagine um porteiro desavisado, desatento e sem treinamento, ter que enfrentar uma situação como essa! O risco é grande de abrir o portão e aí, consequentemente, ser rendido na guarita e o local sofrer o famigerado arrastão. Com a portaria dominada, fica fácil para os bandidos especializados nesse tipo de crime renderem moradores que estejam saindo ou chegando no local a pé ou com o carro.
Porteiros devem entender que a entrada de pessoas não cadastradas no prédio somente pode ocorrer com autorização expressa do morador. Outro ponto fundamental, é que a triagem de estranhos aconteça na calçada, ou seja, do lado de fora do condomínio. O lema é:
“Sem Autorização, Não Entra”.
Se fosse seguida, à risca, essa regra simples e básica, centenas de condomínios não teriam sido invadidos.
Por outro lado, não podemos esquecer que muitos porteiros sofrem ameaças, xingamentos e desaforos de moradores inconformados que sua visita permaneceu na calçada durante a triagem.
Tive acesso a um vídeo onde morador, após xingar o funcionário da guarita com palavras de baixo calão, partiu para a agressão física, pois sua filha, que não reside no local, não foi liberada a entrar no edifício na sua ausência. É bom salientar, que tal morador não deixou avisado que sua filha viria ao local pegar alguns objetos e que tinha chave reserva do apartamento.
A conclusão é que, após sofrer pressão de moradores visando descumprimento de normas de segurança interna, alguns porteiros passam a relaxar no serviço porque não encontram mais motivação em cumprir o passo a passo para a devida triagem.
A única solução para minimização desse sério problema que ocorre em grande parte dos edifícios residenciais passa por várias medidas proativas que o síndico deve tomar e que passo a expor:
-Estabelecer campanha de cunho prevencionista permanente, visando conscientizar condôminos a respeitar as regras para controle de acesso de pessoas, veículos e mercadorias
-Estimular porteiros a denunciarem à administração qualquer transgressão praticado por moradores, principalmente desrespeito as normas internas de segurança e eventuais ameaças ou agressões verbais e físicas;
-Punir exemplarmente, de acordo com o regimento interno, aqueles que insistirem em burlar as normas internas
-Casos graves devem ser levados á justiça e polícia quando necessários.
Uma coisa é certa, porteiros não podem trabalhar com medo ou receio de moradores destemperados, mal educados e agressivos.
Somente colocando em prática as orientações acima é que podemos gerar no prédio ambiente favorável para termos bom nível de segurança coletiva e minimização de riscos de invasão criminosa.

