Vergonha Nacional – Mais de 1.000.000 de Celulares Roubados em 2022
As estatísticas policiais têm materializado o caos da insegurança pública que o Brasil atravessa. O número que vou apresentar ao leitor é aterrorizante, mas não trouxe eco em nossa sociedade reativa, anestesiada e sem nenhuma perspectiva de luz no final do túnel. Em 2022, pasmem, 1.000.000 de aparelhos celulares foram furtados ou roubados em nosso país. A média foi de 2.737 aparelhos subtraídos diariamente, o que representa um crescimento de 16,6% em relação ao ano anterior. São Paulo ficou em primeiro lugar no ranking, registrando cerca de 350 mil celulares, ou seja, aproximadamente 34% do total. Em segundo e terceiro lugares ficaram os estados da Bahia e do Pará, com 83.433 e 58.662 ocorrências, respectivamente.
Resolvi somar os boletins de ocorrências de furto/roubo de smartphones entre 2018 a 2022 e a totalização é vergonhosa, pois faltou pouco para bater 5.000.000 de boletins de ocorrências. Se o leitor está achando esses números absurdos, saiba que não traduzem a realidade por completo, pois muitas vítimas não registram ocorrência, apenas adquirem um novo aparelho e vida que segue.
A falta de interesse no registro policial é mais um fator que gera a certeza da impunidade. A matéria apresentada pela Agência Brasil, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2021, mostra que grande parte dos roubos e furtos ocorridos no país não chega ao conhecimento das autoridades policiais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em apenas 44,8% dos casos de furtos na rua, ocorridos no período de um ano antes da pesquisa, as vítimas relataram ter procurado a polícia. Mesmo entre essas pessoas, nem todas registraram ocorrência. Daqueles que procuraram ajuda da autoridade policial, 11,2% decidiram não fazer o registro formal na delegacia. Nos casos de roubos, 57,9% das vítimas assaltadas na rua não procuraram ajuda da polícia, assim como 57,1% daquelas que foram roubadas dentro de casa e 52,4% das que foram forçadas a entregar sua bicicleta ao assaltante. Entre os motivos para não procurar a polícia, nos casos de roubo, entrevistados pela Pnad destacaram: não acreditavam na polícia (26,9%), recorreram a terceiros ou resolveram sozinhos (24,3%), a falta de provas (15,2%) e o medo de represália (12,8%).
A conclusão é que em 2022 muito mais que 1.000.000 de celulares foram surrupiados no Brasil. Portanto, cuide do seu para não virar estatística policial em 2023.