Nos próximos anos o crime vai aumentar ou diminuir no Brasil?

Mudanças em nossas leis penais têm sido cobradas com veemência. Muitas alterações já foram feitas nos últimos anos, mas nada substancial, nada que atinja o cerne do problema. Foram criadas leis pontuais que tratam mais do envelopamento e não do conteúdo em si. Por consequência, não se obteve melhoras nos índices criminais. Mas uma pergunta instiga reflexão:

Por qual motivo tanto o legislativo quanto o executivo federal não propõe mudanças profundas não só nas forças policiais como também no sistema judiciário criminal?

Mesmo porque, o país foi aquinhoado com reformas profundas na previdência pública e privada, no ambito tributário, eleitoral, ambiental e tantos outros. Ou seja, quando se tem vontade política, o congresso nacional é ligeiro e consegue maioria de votos para aprovação.

Outro ponto que causa desânimo, é que mesmo os políticos eleitos levantando a bandeira da segurança pública, quando assumem, apresentam projetos de leis que se aprovados não chegariam a fazer cócegas nos bandidos, principalmente em relação às facções criminosas. O quadro é desalentador!.

É de se lembrar, que a audiência de custódia foi rapidamente criada e implementada para garantir direitos ao suspeito detido. Em breve teremos o juiz de garantias, que trará mais proteção aos réus que respondem processos criminais. Mais uma vez, alerto o leitor, quando se tem vontade política qualquer lei ou reforma constitucional é aprovada a toque de caixa.

A triste conclusão, é que não vislumbramos luz no final do túnel, pois nos últimos 30 anos não tivemos sequer uma proposta robusta de mudança legislativa capaz de tornar o trabalho policial e da justiça criminal mais rápidos, eficientes e compatíveis com as transformações trazidas pela internet, celular e inteligência artificial.

O modelo que estamos usando para combater a violência urbana foi criado na época das charretes e bondes, sendo que com o surgimento das organizações criminosas no Brasil, a bandidagem passou a voar em aeronaves supersônicas.