Assalto, reação e a dúvida da vítima
Recebo muitos e-mails, oriundos de todas as partes de nosso imenso Brasil, solicitando dicas e orientações para questões referentes a criminalidade. Uma dessas cartas eletrônicas me chamou a atenção e eu gostaria de compartilhá-la com o amigo leitor: “Dr. Lordello, no início de 2009 eu estava voltando da academia de ginástica que frequento, no bairro da Tijuca/RJ. Por volta das 20:00 saltei do ônibus e fazia meu caminho habitual de poucos quarteirões até o apartamento no qual moro, quando percebi dois jovens próximos demais. Fiquei um tanto assustada e apertei o passo, pois notei que poderia ficar encurralada contra a parede da calçada em que eu estava andando. Mesmo assim eles me cercaram e, sem pensar, reagi e fui jogada ao chão violentamente e só não sofri um dano físico maior porque caí encima da mochila que carregava nas costas. Como a rua costuma ser razoavelmente movimentada nesse horário, fui tomada por uma coragem que não sabia ter e comecei a gritar o mais alto que pude por socorro. Os dois bandidos ficaram em cima de mim tentando, com violência, me tirar a mochila. Continuei a berrar e surgiram alguns populares curiosos. Os dois rapazes desistiram do assalto e saíram andando vagarosamente, dizendo que eu era maluca. Alterei meus horários para chegar mais cedo em casa, mas me sinto revoltada por não poder mais andar pelas ruas a qualquer hora, como sempre fiz; afinal sou cidadã e tenho meus direitos…Estou querendo comprar o tal spray pimenta ou aquela “maquininha de choques” para me defender. O que o senhor acha dessas estratégias?”. Minha resposta foi esta: “Apesar do assalto que sofreu, considere-se abençoada por Deus, pois da maneira como reagiu poderia ter sido ferida gravemente ou ter perdido a vida. Não incentivo nenhum tipo de reação, mesmo que os bandidos aparentem estar desarmados. Por esse motivo não aconselho a aquisição do chamado spray pimenta (o uso é permitido apenas para as forças policiais) e também de dispositivos eletrônicos que ofertam choques, pois os bandidos têm como principal arma o elemento surpresa. Aconselho-a a usar uma bolsa mais discreta e menor, pois os marginais podem ter imaginado que você portava um notebook ou outra coisa de valor”.
JORGE LORDELLO
Pioneiro em Palestras “in company” sobre Segurança Pessoal e Patrimonial
Especialista em Segurança Pública e Privada
Palestrante e Conferencista
Escritor Internacional e Articulista com mais de 2500 artigos publicados
Pesquisador Criminal
Conhecida na mídia como “Doutor Segurança”
www.lordellotreinamento.com.br
jlordello@uol.com.br