Carona da morte após a balada
As décadas de 70 e 80 em São Paulo foram marcadas pela paquera. Os homens saiam de carro em busca de mulheres que transitavam a pé pelas ruas ao saírem do trabalho, colégios ou de qualquer outro compromisso. Com o vidro aberto, conversavam rapidamente com a pretendente e logo convidavam para uma volta de carro. Tudo absolutamente normal e corriqueiro para a época; e é importante frisar, que muitos casamentos aconteceram após esse tipo de abordagem.
Entrar no carro de um desconhecido não era considerado atitude insegura e sim uma atitude convencional e normal.
Mas a sociedade mudou drasticamente, principalmente com a popularização das drogas e substâncias entorpecentes cada vez mais viciantes e potentes.
Aceitar carona nos últimos anos é considerado algo extremamente inseguro. Regra geral, se um rapaz parar o carro próximo a uma moça que estiver andando pela calçada e tentar puxar conversa, a reação provável, é que ela, acreditando que está em vias de ser assaltada, sairá correndo pedindo por socorro.
No final de outubro/2018, o desaparecimento da adolescente Rayane, por 8 dias, após sair de uma rave em um sitio no limite das cidades de Mogi das Cruzes e Guararema, chamou a atenção da mídia brasileira.
A polícia local levantou que a garota havia ido para a Rodoviária com um motorista de APP. Lá, um homem, percebendo que ela estava cambaleando, se propôs a ajudá-la oferecendo uma carona. A jovem, porém, nunca chegou ao destino desejado; foi levada até o km 170 da Rodovia Dutra e, segundo a polícia, estuprada e em seguida assassinada.
Portanto, fica o alerta, principalmente para os mais jovens, no tocante a jamais aceitar carona de desconhecidos. Vale a pena ressaltar que Rayane foi, em companhia de duas amigas, se divertir em uma festa, mas na hora de ir embora viu-se sozinha. Com apenas 16 anos, foi presa fácil nas mãos de estuprador/homicida.
A regra é clara: quando sair com amigos, deve ficar compromissado de todos voltarem juntos, e durante o divertimento, um zelar pela segurança do outro.
Antes de pensar na diversão, devemos ter atenção para a segurança pessoal. É importante planejar como ir a um evento, mas também como retornar ao lar.
Outro ponto a ser observado, é que o abuso do uso de drogas lícitas e ilícitas gera extrema vulnerabilidade, pois a percepção da realidade é alterada significativamente.
Entendo, ainda, que por mais que esteja interessante a festa ou balada, é preciso estipular horário para o retorno para casa. É do conhecimento de todos, que o chamado “fim de festa” é o período mais crítico, porque as pessoas estão cansadas, muitas delas embriagadas ou dopadas com entorpecentes, o que aumenta o risco de acidentes e crimes de toda espécie.
Lembre-se que prevenir é sempre melhor que remediar.
JORGE LORDELLO
Pioneiro em Palestras “in company” sobre Segurança Pessoal e Patrimonial
Especialista em Segurança Pública e Privada
Palestrante e Conferencista
Escritor Internacional e Articulista com mais de 2500 artigos publicados
Pesquisador Criminal
Conhecida na mídia como “Doutor Segurança”
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