Soluções para resolver problema crônico em relação ao mal fechamento dos portões de entrada de pedestres em condomínios
Um dos maiores problemas enfrentado por porteiros de condomínios é o não fechamento completo dos portões de entrada após a passagem de pedestres. Isso acontecendo, o funcionário é obrigado a deixar a guarita e realizar o devido fechamento.
Mas por que isso acorre com tanta frequência?
O morador, muitas vezes com pressa, passa pelo portão e apenas o larga, não observando se o fechamento realmente ocorreu. Problemas com a mola aérea ou até mesmo com a fechadura mecânica tradicional, também conhecida por elétrica (utiliza a lingueta para travamento), fazem com que o portão fique encostado mas não totalmente travado. Assim, qualquer pessoa poderá abri-lo e entrar no edifício com extrema facilidade.
Será que adianta colocar placa sinalizadora avisando que o pedestre deve certificar-se ao passar pela entrada se os portões foram devidamente fechados?
Ajudará em parte. Pedestres atentos à segurança coletiva, fazem questão de verificar, mas uma parcela dos que transitam pela portaria estão apressados ou mais preocupados com a comodidade, portanto, uma placa não irá mudar sua maneira insegura de agir.
A conclusão é uma só: quando o assunto é segurança patrimonial, não se pode deixar nas mãos dos transeuntes a tarefa de zelar pelo pleno fechamento dos portões de entrada, pois isso gera evidente insegurança coletiva.
Mas como então solucionar esse grave problema existente na maioria dos prédios residenciais e comerciais?
Uma das alternativas é ter portões automatizados, ou seja, que abrem e fecham sob comando exclusivo da portaria.
Essa solução esbarra no custo para implantação, pois necessita da instalação de motor para realizar todo movimento de abertura e fechamento; em alguns casos a substituição do portão se faz necessária. Outra questão relevante, é que em muitos edifícios torna-se inviável essa solução, em razão da formatação da entrada da portaria, que não permite essa metodologia de abertura.
Outra alternativa, é o investimento em mola aérea de alta qualidade, que encontrará mais força para fechar o portão com fechadura mecânica, também chamada de elétrica. Nesse aspecto temos que levar em conta o tamanho, altura e peso do portão. Digo isso pois em várias vistorias que realizei em condomínios, apurei que o portão contava com mola aérea de excelente qualidade, mas, mesmo assim, ao “largar” o portão, como muitos moradores fazem, o fechamento completo não ocorria. Outro ponto a ser discutido, é que a mola área pode sofrer influência de temperatura ambiente muito alta ou baixa e, assim, perder força para realizar o devido fechamento.
Mas Lordello, qual é a melhor solução para garantir o pleno fechamento dos portões de entrada?
Muitos prédios passaram a usar a fechadura eletroímã, que utiliza o principio da atração magnética. Ligado a uma botoeira ou porteiro eletrônico, tem força de retenção de 150 a 250 kilos. Quanto maior a força de retenção, maior a segurança. Indico a fechadura eletroímã de 250 kg.
Pode ser instalada em portão de madeira, vidro ou gradil, aumentando muito a dificuldade de sua abertura. Para o travamento funcionar, é necessário que o equipamento esteja sempre energizado. É importante o sistema apresentar como opção, para o caso de queda de energia elétrica, a utilização de bateria ou no-break para evitar o destravamento voluntário.
É de se lembrar, que a mola aérea é um equipamento hidráulico e em seu interior contém óleo específico que vai reagir ao tempo frio e quente. Em baixas temperaturas o óleo engrossa e no calor torna-se mais viscoso. Com isso, o equipamento sofre alterações na força do fechamento. Quando a mola aérea perde potência por alguns dos motivos citados, o fechamento do portão poderá ficar comprometido com a fechadura mecânica com lingueta. Por outro lado, com a utilização do eletroímã, o fechamento é realizado com segurança.
Outra questão, é que o destravamento, ou seja, a abertura do portão é silenciosa, ou seja, não produz nenhum tipo de barulho ou sinal sonoro e aí é gerado um problema no acesso. Na prática, um visitante, por exemplo, é autorizado a entrar no edifício e o porteiro aciona a abertura do portão com equipamento eletroímã. As placas se descolam, mas esse procedimento não produz nenhum barulho e o pedestre, não percebendo que já pode ingressar no local, fica parado. Na abertura do portão com fechadura mecânica, o destravamento da lingueta faz um barulho característico, que aliado ao movimento do portão, facilita ao pedestre saber que o acesso foi liberado. Esse efeito não acontece com a abertura por eletroímã.
Empresas especializadas instalam sinais luminosos na cor verde e vermelha para que o pedestre possa entender que o portão está aberto ou ainda fechado. Outra saída, é a instalação de equipamento sonoro que simula o som de abertura de uma fechadura com lingueta. Com isso, o pedestre, ao ouvir o “barulhinho”, entende que o portão foi liberado e assim ingressa no condomínio. A experiência de campo nos faz indicar a utilização das duas estratégias (sonora e visual).
Alerto, ainda, da necessidade de sinalização junto aos portões na entrada e saída. Sugiro que o síndico providencie placa indicando “puxe” ou “empurre” para que o pedestre possa saber a maneira correta de abrir. Essa precaução é necessária e a razão é que o sistema através de efeito sonoro ou luminoso apenas indica que o portão está aberto e o pedestre, ao invés de puxá-lo, empurrará e terá a impressão que continua fechado. Para evitar esse transtorno e dar celeridade à entrada ou saída de pedestres, a sinalização deve ser bem feita.
Para finalizar, gostaria de mostrar ao leitor mais um recurso importante para a segurança quanto ao assunto portão de entrada do condomínio.
Vamos imaginar que o porteiro, sem querer, esbarre na botoeira que destrava a lingueta de uma fechadura mecânica. Assim, o portão permanecerá aberto e qualquer pessoa poderá ver que está destravado. Na mesma esteira de pensamento, vamos imaginar que uma pessoa deseja entrar no prédio e recebe autorização. Assim, o porteiro aciona a abertura da fechadura mecânica, mas, por algum motivo, a pessoa desiste de ingressar. Como o acionamento do porteiro ocorreu, o portão permanecerá aberto.
O interessante, é que esse problema não irá ocorrer com a fechadura eletroímã, que possui central eletrônica que gerencia o tempo de abertura do sistema. O síndico pode solicitar ao técnico da instalação que temporize o sistema para 5 ou 7 segundos. Com isso, passado esse período sem que o portão seja aberto, o sistema providencia, automaticamente, o travamento das placas e o portão volta a ficar fechado, evitando que o porteiro deixe a portaria.
Na esteira desse último comentário, já escrevi diversos artigos mostrando que os porteiros devem trabalhar no interior da guarita, com a porta fechada, sinalização de pânico e com monitoramento externo 24h do interior da portaria, pois, com isso, se evita o famigerado arrastão à condomínios, que na verdade, é a maior preocupação dos moradores e síndicos.
Agora, se o porteiro do prédio tiver que a todo momento deixar a portaria para fechar portões de acesso de pedestres, com certeza, a fragilização da segurança irá ocorrer, gerando brechas para a ação criminosa.
JORGE LORDELLO
Pioneiro em Palestras “in company” sobre Segurança Pessoal e Patrimonial
Especialista em Segurança Pública e Privada
Palestrante e Conferencista
Escritor Internacional e Articulista com mais de 2500 artigos publicados
Pesquisador Criminal
Conhecida na mídia como “Doutor Segurança”
www.lordellotreinamento.com.br
jlordello@uol.com.br